Recorde ferroviário brasileiro de velocidade - 164 Km/h na escala HO.
Caros ferreomodelistas, boa noite!
Os trens de passageiros de alta velocidade são uma realidade em vários países no mundo. No Brasil, atualmente, existem poucos trens regionais com essa função, e, muitas vezes, são de motivação turística e de preservação.
Antes da privatização da FEPASA e R.F.F.S.A. no final dos anos 90, existiam trens de passageiros que operavam na velocidade média de 50 a 60 km/h. No final da década de 80, a FEPASA lançou um plano de investimento para melhoria da condição dos trens de passageiros, reduzindo seu tempo de viagem e aumentando seu conforto. Foi realizada uma parceria entre o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a FEPASA para o desenvolvimento de trens mais rápidos com o material rodante existente na época.
Foi escolhido um trecho da antiga Companhia Paulista entre as cidades de Itirapina e Graúna, com cerca de 12 km, totalmente retificado e adaptado para este teste. O trem para teste foi a locomotiva V8 (2-C+C-2) FEPASA vermelha #6836 fabricada em 1947 e quatro carros Budd. O Budd série 500 foi usado com vagão laboratório e os três Budd 1000 para passageiros.
A velocidade atingida foi de 164 km/h, recorde brasileiro atingido no dia 16 de maio de 1989. Este teste foi precedido de uma simulação computacional sobre o trecho e instrumentação adequada. Neste teste, a velocidade máxima foi atingida, porém houve o rompimento dos pantógrafos da locomotiva e queda de tensão elétrica, devido à sobrecarga de energia.
Para relembramos este teste, tentamos reproduzi-lo na escala HO 1:87. Para isso, primeiramente, fizemos a conversão da velocidade para a escala.
· Conversão Inicial: 164 km/h ÷3.6 = 45,6 m/s
» Redução para escala HO: 45,6 m/s ÷ 87 = 0,524 m/s » 52,3 cm/s.
Após descobrimos a velocidade na escala, posicionamos o trem para teste. Foi utilizado uma locomotiva V8 fepasa vermelha #6377 feita pelo Frateschi, modificada pelo José Carlos Mascarini e motorização Kato. As modificações foram a troca dos pantógrafos, colocação de peso interno, detalhamento dos truques e carcaça. Os carros foram três pullman feitos por ele e um carro Budd série 500 feitos pela Segis & Mascarini. O teste foi realizado num trecho retilíneo de 3,06m em um trilho da marca tillig de bitola mista. O controlador geral era analógico com capacidade máxima de 16 a 17 v.
O tempo foi de 5,83 seg com uma voltagem máxima de 16,53v. Não houve descarrilamento ou quebra do pantógrafo no teste. O vídeo tem a sonorização digital!
Esperamos que tenham relembrado este momento histórico da ferrovia!
Grande Abraço!
Equipe Segis & Mascarini